terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Morada de Preto Velho

"Quer Preto Velho? Pode chamar, faz um café, busque uma vela, faz sua firmeza, Preto Velho trabalha.
Viu Preto Velho Chegando? Senta no banco, pede 'bença' pro nego, levanta a cabeça e começa a falar.
Preto Velho vai embora? Pode cantar o ponto; adeus vovô de fé quando eu precisar te chamo, foi Zambi que te trouxe, é Zambi que vai te levar." São os dizeres de um Preto Velho em um terreiro qualquer.
Pensar em Preto Velho é ter a certeza que está protegido, a comparação que faço é a de um Pai ou Mãe que ama seus filhos. Mas, tanto se fala de chegada e Partida, questiono então, onde é a morada de Preto Velho? 

É em Aruanda, uma espécie de colônia do astral, onde há conglomerados de falanges espirituais, cada qual com suas atribuições. Um ponto musical que retrata muito bem é: "Caminhos de Aruanda, é que ninguém vai lá, só vai os pretos velhos, que vai lá e torna voltar. ", por certo que ao fazermos a comparação com os ensinamentos de Kardec verifica-se similaridades com as colônias espirituais por ele mencionadas. 
Sua apresentação como velho, representa a sabedoria da Umbanda sagrada, traz uma significação do Oráculo orientador, coordenador, aquele que veio para ensinar, mais uma faceta da Umbanda e principalmente do seio de Aruanda. 

Basicamente são considerados povo das Almas, atuam na administração de Omolu, mesmo que carreguem bandeira de Guiné, Angola, das Matas e outros, seu habitat é no cemitério, matagais dentre outros lugares, pode-se utilizar de rapadura, fumo de rolo, feijao preto, banana com mel, café sem açúcar, rosas e margaridas brancas, utilizando os seus médiuns das cores Preta e Branca, dentre os aromas estão alfazema, a arruda, alecrim. Os médiuns sentem a vibração corporal integral, em sua maioria é visível a adequação a identidade umbandista, ou seja, voz anciã e linguagem um pouco épica,  e também encurvatura corpórea. Sua atuação é em todos os assuntos. 
Historicamente Omolubá nos dá uma idéia da formação dos pretos velhos, no  livro Doutrina e Práticas Umbandistas, Cadernos de Umbanda, Ícone Editora, página 135, ele menciona "Até o ano de 1900, aportaram no plano astral cerca de oito milhões de almas africanas e seus descendentes. Foi daí que surgiu uma plêiade de negros, anciões em sua maioria, que idealizaram e comandaram um movimento de retorno ao plano físico pela mediunidade. Pretendiam demonstrar, prática e lucidamente, duas coisas: às autoridades da religião dominante que estas careciam de um elemento primacial, religiosidade, e à sociedade brasileira, como um todo, que era possível responder às atrocidades sofridas por mais de três séculos sem violência, desforra nem vingança. "

Nessa esteira, Aruanda foi o reduto de unção, sistema decisivo para criação e surgimento dessa maravilhosa corrente astral. Mas, assim como a própria umbanda, um movimento inicial somente de negros e indígenas, face também ao sistema colonial de eliminação indígena, em Aruanda, ou melhor, na Morada de Preto Velho agregaram-se outros trabalhadores nem só preto, nem só velho. 

Morada de Preto Velho | Autor | Médium | Advogado | Agostinho de Siqueira Neto | Pelo espírito de Pai João de Aruanda 

Fontes doutrinárias: 
#Omolubà, Doutrina e Práticas Umbandistas, Cadernos de Umbanda, Segunda Edição, 2015, Ícone Editora. 
#De Almeida, Paulo Newton, Umbanda A Caminho da Luz, Primeira Edição, RJ 2002, Editora Pallas. 
#Mirian Prestes, Mirian de Oxalá, Umbanda: Crença, Saber e Prática, Segunda Edição, RJ 2010, Editora Pallas. 
#Kardec, Allan, O livro dos Espíritos, Princípios da Doutrina Espírita, oitava edição, 2003, Feb-Federação Espírita Brasileira. 

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Negação ao Sincretismo e Alicerces da Umbanda


Muitos médiuns não gostam do sincretismo, o negam inclusive, mas temos considerações a fazer, partindo de três pontos pela qual considero alicerces da formação da umbanda no Brasil, quais sejam: Africanização, Sincretismo e Branqueamento. A africanização nos remete ao estilo nacional que foi se formando, apresenta características de países africanos, características sempre presente no cenário Nacional, fome, miséria, mortalidade elevada e até doenças já erradicadas em países desenvolvidos, claro que hoje o cenário tem melhorado, mas para adentrarmos ao cerne da questão devemos recapitular o Brasil antigo, no início umbandista onde negros africanos eram jogados covardemente em nosso país. Primeira parte da sustentação umbandista que considero importante para a base, junto a isso vieram as culturas afro e religiões nativas. 

A segunda parte que considero consequência da primeira trata-se do sincretismo, onde os cultos tambor de mina, o batuque, nagô, candomblé e muitos outros importados pelos escravos, tiveram a dura missão de adaptação à Igreja Católica, fazendo a junção dos santos católicos, ou melhor, elegendo santos e o próprio Cristo, como representantes dos Orixás. Por meio dessa inteligente junção foi possível vermos o desenvolvimento da religião genuinamente nacional.

A terceira parte, que consideramos mais polêmica, trata-se do chamado Branqueamento, nome horrível por sinal, mas, assim batizado historicamente, nos remete aos anos vinte do século passado, onde também o espiritismo de Allan Kardec, vinha se disseminando, analisamos como um modo preconceituoso de ver a questão, mas, os cultos já em mistura católica, ainda misturou-se ao Kardecismo.

Existia uma situação de preservação de patrimônios culturais dos negros escravos e seus descendentes, contudo, a Umbanda tornou-se uma religião nova afastando-se do movimento tribal inicial vindo do Candomblé e os outros seguimentos religiosos africanos, pois, o culto do candomblé por exemplo era para antepassados familiares e da aldeia. Lamentavelmente a família se perdeu com a escravidão e o catolicismo aniquilava as chances de evolução das religiões afro, mas com os cultos mesmo sincretizados a esperança era revivida e assim as religiões afro foram heroínas da resistência.

O próprio catolicismo que tem a cultura de inclusão social não fez oposição ao fato do negro manter dupla ligação religiosa. As religiões sempre foram dependentes do catolicismo, somente recentemente, com a ajuda do próprio crescimento do segmento evangélico, os umbandistas, candomblecistas e outros, perceberam que o catolicismo não era a única fonte de expansão de consciência espiritual e ideológica, então, fizeram esforço para alavancar e sedimentar suas religiões.

A Umbanda desde o início teve o chamado tripé, caboclo, preto velho e criança, pelo motivo de sempre ter em sua identidade, mesmo que em formação, a valorização de aspectos nacionais tais como os nossos índios, porém, não se pode olvidar da herança Kardecista disseminada entre os próprios adeptos da Umbanda, mas, lamentavelmente ainda era vista como baixo espiritismo.

Na atualidade o Candomblé, busca a desincretização com o catolicismo, com objetivo de resgate de origens e resgate de sua autonomia, algo diferente da Umbanda, talvez esteja aqui a confusão dos negadores do sincretismo, essa identidade de afastamento do catolicismo é do Candomblé e não da Umbanda. Porque na identidade da Umbanda tem o registro dos dados do catolicismo.

Situação que muitos sacerdotes já tarimbados ainda não entendem, que humildemente através desse ponto de vista, visemos a explicar. A Umbanda é justamente essa mesclagem, ainda dinâmica por sinal, pois, ainda foi agregando outros segmentos, tais como ciganos, orientais e outros. Claro que o Caboclo das 7 (sete) Encruzilhadas, em manifestação mediúnica através do médium Zélio Fernando de Morais em 15 de novembro de 1908, deve-se levar em consideração, a propósito, servindo de prova para a presente narrativa, a manifestação do caboclo deu-se em mesa Kardecista. Já existiam também os barracões, as chamadas "macumbas" e outros tipos de manifestação como a propria quimbanda e quiumbanda, que também devemos considerar nesse bojo.

Portanto, não confundam mais, e "negar por negar" não é uma boa estratégia, os alicerces da umbanda possui os três tópicos acima mencionandos, portanto, resgatar a identidade umbandista é procurar sincretizar ainda mais com os santos católicos, misturar ainda mais com cultos afros e aplicar ainda mais os estudos de Kardec, assim sendo, ao adentrarem em terreiros pelo Brasil e mundo, lembre-se desse estudo e pesquisa, assim poderão respeitar ainda mais os trabalhos ser querer impor entendimentos baseados apenas no próprio gostar.

Negação ao Sincretismo e Alicerces da Umbanda | Autor | Médium | Advogado | Agostinho de Siqueira Neto




CONTATO DIMENSIONAL | Magnetismo

É preciso entender as energias que nos cercam, todo o universo está composto por magnetismo, todos os elementos da natureza, portanto, tudo se movimenta de modo autônomo, mas também de modo harmonioso um com os outros, formando geometrias energéticas, tal como células, montanhas, constelações e etc. Veja o vídeo a abaixo e após tente o contato Dimensional.


A prática enviada pelo Preto Velho Pai João de Aruanda, sugere em:  trace um objetivo, procure dentro de si aquilo que você deixou para trás há muito tempo, faça uma viagem por cada ponto de seu organismo, cabelo, células, mãos e finalmente adentre em sua própria consciência, no centro de seu ori, pela hipófise, centro de seu cérebro, então perceba um fio te conectando seu espírito a outra dimensão, uma dimensão de elevação, se você perceber escuridão ou cores diversas não pare, continue seguindo o fio, para alguns é mais difícil se ligar a outro plano, mas, continue seguindo.

Pronto, está começando a perceber muita luz, uma energia reluzente, cores claras, azul claro, amarelo claro, o próprio branco, então perceberá seres, alguns grandes, outros de média estatura, você está em uma dimensão acessível mediunicamente, seres aproximam de você, conforme sua mediunidade sugestiva escutará sons diversos, mais uma vez não se assuste se o som for estridente, sons de passagem, chegadas, partidas, assentamentos vibratórios, você já está em contato com a elevação suprema, mentalize abraços fraternos, diálogos calmos, respire, adentrará a inconsciência, distorções, imagens estranhas desconhecidas pelo motivo de sua própria experiência em vida terrena, mas, de projeção similar, verá símbolos astrais, agora está em plena sensação de vôo e levitação, atravessando imagens e rompendo diagramas e formas supostamente esfumaçadas, talvez pelo suas comunicações mediúnicas vivenciadas as formas avistadas serão conforme aquilo afirmado durante sua vida. 

Pronto, você está em contato com o divino supremo, aproveite para se reenergizar, limpar o organismo malicioso, desta forma muitas curas são possíveis, se você conseguiu, você se elevou espiritualmente desenvolveu-se mediunicamente, não a ponto de chegar ao mais alto grau, mas, um degrau acima do que você esta. Trabalhe isso com mais constância. Para retornar a consciência volte pelo mesmo caminho. Cada ser terá uma experiência diferenciada, mas é importante que todos trabalhadores mediúnicos a façam. 


Atualização 18/11/2023

Contato Dimensional | Autor | Médium | Advogado | Agostinho de Siqueira Neto | Pelo espírito de Pai João de Aruanda