quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Banda de Preto Velho





Preto Velho tem sua banda inserida em cada aspecto originário de seu princípio de ascensão espiritual,  qual seja, Angola,   Luanda, Nigéria, Aruanda dentre tantas, mas por certo que há guias nem tão pretos,  tão velhos, banda de Preto Velho é justamente a identidade da Umbanda, dissemos isso com maior orgulho e prazer,  face a autenticidade de nossa Umbanda. A chamada 'Banda' de Preto Velho tem a inclusão não só de pai, mãe,  avô e avó, tem ainda a inclusão de tios e tias,  outro ponto interessante que encontramos pelas um bandas no Brasil são médiuns trabalhando com entidades que se julgam irmãos uns dos outros, claro que esta união no mundo espiritual não é como a por consanguinidade,  mas, certamente refere-se a momentos quando vivos pela qual sofreram em conjunto pela chibata, nos troncos e humilhações na escravatura e fora dela, pois não podemos de deixar de incluir as minorias brancas e miseráveis da época e da atualidade.

A banda dessas entidades está no conselho, cura, utilizam cachimbos, bebidas com ervas, café, caldo de cana,  geralmente utilizando bengala, não necessariamente para "coluna ou corcunda", trata-se de um bastão enérgico e magístico, que exalam as energias da falange do Preto Velho,  e mais do que nunca representam bem a identidade e humildade da Umbanda. 
A banda dessa linhagem para quem não é umbandista pode parecer retrógrada e ultrapassada, porém, ela nunca foi tão atual, onde prostituição, abortos, pornografia, deslealdade, desonestidade imperam entre os chamados atuais, digitais, virtuais e modernos, os Pretos Velhos vem em resgate de todo caráter humano, ensinando com toda paciência e calmaria preceitos e verdades universais atualmente deixado de lado pelos ditos modernos. É justamente neste ponto que adentra os dizeres do Pai João "O filho comete crime quando invoca o nome de Zambi com intenção de acobertar retornos que necessariamente tu mesmo terá que pagar.", ou seja, esta banda linda de preto velho nos orienta sobre nossos necessários retornos face a grande promiscuidade vivida, que para muitos trata-se de uma consequência natural, mas, para os Saudosos Pretos Velhos, esse comportamento e atitudes trarão retornos ainda mais nefastos para aqueles que se escondem por trás do nome de (Zambi, Olorum, Deus, Jeová, Oxalá, Maomé, Arquiteto do Universo e tantos outros).

De fato estamos vivendo um era de total desprezo e desonra humana, e a Banda dos (Pais Joãos, Pais Joaquins, Avôs Geremias, Vós Marias Conga, Tios Josés e tantos outros conhecidos), formam uma vertente de humanização e resgate, portanto, entre as religiões ditas espiritualizadas não há nada mais futurístico e atual do que o resgate e ensinamentos desta linha de Umbanda.

Por mais que em alguns momentos várias pessoas ainda confundam a banda de preto velho com as chamadas "macumbas", temos que fazer algumas ressalvas, muito se fala sobre macumba, inclusive muitos Umbandistas se ofendem com essa palavra utilizada como adjetivo, logicamente que a defesa que todos falam é  a de que trata-se de um instrumento musical, mas hoje, já é entendido como culto com influências afro, nagô, nigeriana, católica e outras influências, contudo, o que poucas pessoas refletem é sobre a bandeira de resistência que significa a palavra "macumba", quando frentes de resistência de dominação escrava e religiosas foram classificadas como tal, a exemplo Zumbi dos Palmares, portanto, quero que os aventureiros desta leitura entendam que a chamada "banda" que estudamos no momento é uma unção de tudo isso, pela qual sofreu durante anos, para alguns séculos, vindo ao fato histórico tão comentado no meio umbandista, qual seja, Zélio Fernando de Morais, que após ampla lapidação e experiência a Umbanda tornou-se o que ela é hoje.

Portanto, nãos devemos ter vergonha nem "acharmos" em desuso e ultrapassada, pois, assim como outras religiões passaram por anos em transformação e aprimoramento, algumas milênios, a banda de preto velho também passou e continua a passar, pois é dinâmica. Devemos entender a autenticidade e nacionalidade dos Pretos Velhos como mais uma fase de depuração e graduação umbandisda, fato necessário imposto pelos Orixás e Zambi.

Autor | Médium | Advogado | Agostinho de Siqueira Neto | Pelo espírito de Pai João de Aruanda 










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