sábado, 28 de novembro de 2015

Não mãe natureza!

Não mãe natureza! Não mãe natureza!  Meu sofrimento é consequência de como venho lhe tratando, derrubei suas árvores e matei seus animais, hoje vivo em guerra com meus irmãos, não soube dar o aproveitamento necessário aos seus recursos. Hoje você chora, lágrimas sujas de lixos, sua tosse é pura poluição. Seus peixes morreram, suas aves desapareceram, seus animais estão em extinção. Vós deixaste tudo muito belo, cada um em sua condição. Seus elementos ar, água, terra e fogo estão soterradas em lixão. Fumaças de carros, indústria e progresso, pra quê? Lhe pergunto, pra quê? Se estou morrendo pela respiração, pela visão, pela degustação, pela própria alimentação. Troquei a maçã pelo enlatado, o elixir dos orixás pelo álcool, o perfume da vida pelo enxofre da morte.

Não mãe natureza! Não mãe natureza! Seus filhos estão sem direção, vaidade e egoísmo, falsidade e perdição. Preferem um bom estofado, um carro potente, uma casa na praia, ouro pelo pescoço, tudo com pouco esforço, ao invés de equilíbrio dos elementos de sua orientação. 

Quem és tu mãe natureza? Ainda não te conheço, mas lhe dei boas vindas com serras, revolver, facão, redes de pescaria, navios de petróleo, grandes metrópoles, arranha céus, muita guerra, lhe dei verdadeiro tiro de canhão. Lhe avisando de minha presença, desafiando sua paciência, invadindo sua estrutura física e partindo seu coração. 

Vós me conhece muito bem, sou arrogante, ignorante, hipócrita, mesquinho, um ser absolutamente egoísta, estando satisfeito não preocupo com meu irmão. Sou intolerante, desrespeitoso, desconheço vossa honra, conheço exatamente o que vejo no espelho, o o único animal agraciado pela inteligência, agora que não sei mais para onde ir, onde me alimentar, onde respirar, onde brincar, onde amar, falsamente faço as honrarias, após to

dos esses milênios te ignorando e lhe sugando. Muito prazer mãe natureza! Meu nome é homem. Sou seu filho e lhe peço perdão. Não mãe natureza! Não abandones porque matei meus irmãos. 



Não mãe natureza | Autor | Médium | Advogado | Agostinho de Siqueira Neto | Pelo espírito de Pai João de Aruanda

Atualização 31/10/2024



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