- Sim Senhor, eu venho sim trabalhar neste terreiro. Respondeu o preto velho.
A alma
visitante de era insistente e arrogante, logo caiu em questionamento com o
preto velho.
- Mas, o
Senhor tem a idade avançada, e não pode mais ficar dando atenção a essas
pessoas que aqui adentram, fazem pedidos mesquinhos a ti, e com todo respeito,
o senhor com essas roupas, descalço e cachimbo na mão, não passa credibilidade
que irá resolver alguma coisa.
– Trata-se de
objetivos maiores. Preto Velho lhe responde. Sem deixar o Pai Velho terminar a
Alma ali presente fala insistentemente.
- Eu vim de
uma família nobre, de berço, não consigo entender o que faço aqui. Não creio
que o Senhor também possa me ajudar. A propósito, você tem nome? Ou já esqueceu
por causa da idade? Com quem eu falo aqui nesse salão, não é possível que aqui
não tenha alguém decente!
– Entenda!
Você está desencarnado, e não está em condições de escolhas, poderia fiozinho
diminuir o tom de voz, pois esse salão que você está é um terreiro, ou melhor,
uma casa de oração, há outros espíritos aqui auxiliando uns aos outros. Respondeu
calmamente o Pai Velho.
Atônito,
aquela alma olhava ao seu redor e percebia que realmente ele se encontrava em
um terreiro de umbanda. E continuou o Preto Velho.
- Estás agora
em um trabalho de desobssediação, você é quem anda colocando esses pensamentos
de soberba nesse fio aqui sentado neste banco, minha função é me
apresentar justamente desta forma, para
que entidades como tu se aproximem, e pensem que poderão se sobrepor sobre mim,
olhe novamente em sua volta, veja quão grande é minha falange, veja se agora
faz sentido pra você. Vou lhe dar a oportunidade de se evoluir, fazer algum
trabalho útil, e assim deixar de
importunar esse fio aqui sentado, que foi seu desafeto quando tu ainda era
encarnado.
- Quem comanda
aqui é Oxalá, mas, deu algumas missões de construções de pontes e caminhos para
as almas que aqui chegam, quero ser seu amigo, mas preciso que seja despertada
em ti a vontade de prosseguir.
A alma
sofredora, logo queria partir em fuga, porém as entidades presentes já se
prontificavam em volta, auxiliado o humilde Pai Velho, que comandava aquela
falange e detinha a ordem espiritual de comando daquela casa de oração.
A alma
sofredora se revolta e grita, querendo sair dali, e ainda, quando viu que não
tinha como escapar, parte para cima ainda mais do vetor da obssediação.
Preto Velho
bate sua bengala três vezes ao chão, momento em que aquela alma se desfalece em
sono profundo e é encaminhada para recuperação em Aruanda.
Por um tempo
não se teve mais notícia da Alma, mas, Pai João foi indagado pelo mesmo
consulente daquele dia em outro atendimento da linha das almas, e o mesmo
respondeu:
- O grande Pai
oportunizou uma nova tentativa de mudança ao obssessor, lhe oportunizou uma
nova encarnação.
- Zambi te abençoe!
NOS BASTIDORES DO PASSE DO PRETO
VELHO | Médium | Agostinho de Siqueira Neto | Pelo espírito de Pai João de
Aruanda by Filhos de Pai João de Aruanda
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