quinta-feira, 12 de outubro de 2023

7 LINHAS DA UMBANDA


Iniciemos os estudos das Sete linhas com o histórico de Tata Luis que escreve sobre as sete linhas e os sete raios divinos no site www.centelhadivina.com.br. , vejamos: 

"... O primeiro modelo de classificação de Orixás foi proposto em 1925 por Leal de Souza, um grande pesquisador umbandista. Ele dividiu os Orixás em sete grupos, sendo a primeira pessoa, inclusive, a utilizar a expressão “Sete Linhas de Umbanda”. Segundo a forma de classificação que criou, os Orixás foram distribuídos entre “Linha de Oxalá”, “de Ogum”, “de Oxóssi”, “de Xangô”, “de Iansã”, “de Iemanjá” e “das Almas”. Em 1942, Lourenço Braga, outro pesquisador, retira a “Linha de Iansã” e a substitui pela “Linha do Oriente”, e renomeia a “Linha das Almas” como “Linha Africana”. Dez anos mais tarde, em 1952, Benjamim Figueiredo, dirigente da Tenda Mirim, retira a “Linha do Oriente” e a “Linha Africana”, substituindo-as por “Linha de Yori” (das crianças) e “Linha de Yorimá” (de Xapanã). A discussão continua nos anos seguintes, com linhas sendo retiradas e linhas sendo adicionadas. O próprio Benjamim Figueiredo, que havia apresentado a classificação de 1952, em 1964 altera tudo, passando a afirmar que as Sete Linhas de Umbanda seriam as de Oxalá, Iemanjá, Xangô Caô, Oxóssi, Xangô Agodô, Ogum e Iofá (novo nome para Xapanã). Em 2003, Rubens Saraceni propõe uma nova configuração, na qual cada uma das Sete Linhas seria regida por um casal de Orixás, atuando sobre determinado “mistério” da criação, como Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução e Geração. Nos anos seguintes, Manoel Lopes, dirigente do Núcleo de Estudos Mata Verde, cria uma versão interessante das Sete Linhas baseada na “Doutrina do Arapé”, onde são levados em consideração os elementos sob a regência dos Orixás, sendo eles: terra, fogo, água, ar, matas, humanidade e almas. Em 2010, Janaína Corral apresenta em seu livro “As Sete Linhas de Umbanda” a seguinte versão: Linha de Oxalá, das Águas, dos Ancestrais, de Ogum, de Oxóssi, de Xangô e do Oriente ..."

Assim como nós possuímos qualidades de Orixás, as Entidades também. Importante entender que as entidades estão irradiadas dentro de um espectro natural e comum, mas até hoje não há consenso, cada casa ou doutrina faz suas diferenciações. As 7 linhas de Umbanda estão presentes nos terreiros desde os primórdios quando se iniciaram os cultos, realizando os sincretismos e as mesclagens das crenças de todos que participavam dessa fé no Brasil. O fato é que todos Orixás possuem seus seus falangeiros. A diferença é que o arquétipo de guerra, soldado, tenente, general é muito evidente em Ogum, principalmente quando se sincretiza com São Jorge, um santo tão popular. Mas, sabemos de outros guerreiros como Xangô e Iansã, contudo, não sofreram essa notoriedade dentro das práticas umbandistas, fazendo diferenciações e até absorções dentro das linhas, pois sabemos que não existem somente os Orixás cultuados dentro das 7 linhas. Crendo muitos, que teriam somente os Falangeiros de Ogum. Um falangeiro não inicia o nome somente como Ogum Matinada ou Ogum Mege, falangeiro de Xangô temos Xangô Agodô ou Caô, e ainda, Iansã Balé ou Sirê ou de Iemanjá Sobá ou Marabô, Oxum Apara ou Abomi por exemplo. Claro que dentro da linguagem "abrasileirada" dentro da mescla do culto e também por simplificação, partindo da popularidade do Grande General da Umbanda Ogum, nomes como Ogum Onire ou Ogunja por exemplo não foram mais falados. E assim por diante. A confusão se instala dentro da divisão das Sete linhas, sendo que alguns terreiros trabalham com um tipo de Orixá e outros não trabalham com o mesmo. E ainda, muitos adentram na confusão com candomblecistas face esses falangeiros descritos em Ioruba. Um certo consenso há com terreiros que trabalham dentro desse aspecto ( 1° são 7 linhas ou 7 emanações do divino, 2° Os Orixás que estão em todas é Oxalá, Ogum, Oxóssi e Omolu/Obaluae, Iemanjá ou Oxum, Xangô, Ibejis). Assim, dentro desse aspecto os terreiros vão trabalhando. 

As Sete Linhas nos dão um direcionamento é uma emanação de Olorum, Olodumaré, Zambi ou Deus, um modo simplificado para fomentar as energias dos terreiros. Cada terreiro dentro da irradiação da sua fundação juntamente com a irradiação das entidades dos seus fundadores, trarão suas 7 linhas.

Lembrando que todo Orixá remete a um aspecto ou energias da natureza, nos lembrando também de um ambiente natural irradiados de (Ar, Água, Terra e Fogo). Razão que tenho certeza que o verdadeiro templo de Umbanda é a Natureza.

Rivas Neto nos traz uma proposição, segundo seu entendimento seria o "Orixá Menor", mas como explicado acima, no Candomblé são as qualidades do "Orixá Maior" e na Umbanda são chamados de Falangeiros. São entidades comandantes, algumas se "aportuguesaram" em seu nome exemplo Ogum Beira-Mar, outras se manteram com nome em Yoruba, mesmo com a simplificação do próprio nome "Orisá se tornou Orixá ou Sàngò virou Xangô", mas como Caboclo  Xangô  Kaô ou Agodô, ainda sim,  se mantém na essência primordial de nomenclatura. Outro exemplo seria Ogum Matinata que poderia ter ligação a qualidade Akorò ou ainda Ogunjá dentro de uma proposta de guarda das oferendas de Oxalá. Veja abaixo a divisão proposta:


OGUM

CABOCLO OGUM DE LEI

CABOCLO OGUM ROMPE-MATO

CABOCLO OGUM BEIRA-MAR

CABOCLO OGUM DE MALÊ

CABOCLO OGUM MEGÊ

CABOCLO OGUM YARA

CABOCLO OGUM MATINATA


EXU 

EXU 7 ENCRUZILHADAS

EXU TRANCA-RUAS

EXU MARABÔ

EXU GIRA-MUNDO

EXU PINGA-FOGO

EXU TIRIRI

EXU POMBA-GIRA


OXOSSI 

CABOCLO ARRANCA-TOCO

CABOCLO COBRA CORAL

CABOCLO TUPYNAMBÁ

CABOCLA JUREMA

CABOCLO PENA BRANCA

CABOCLO ARRUDA

CABOCLO ARARIBÓIA


ORIXALÁ 

CABOCLO URUBATÃO DA GUIA

CABOCLO GUARACY

CABOCLO GUARANY

CABOCLO AYMORÉ

CABOCLO TUPY

CABOCLO UBIRATAN

CABOCLO UBIRAJARA


YORI

TUPANZINHO

YARIRI

ORI

YARI

DAMIÃO

DOUM

COSME


XANGÔ

CABOCLO XANGÔ KAÔ

CABOCLO XANGÔ PEDRA-PRETA

CABOCLO XANGÔ 7 CACHOEIRAS

CABOCLO XANGÔ 7 PEDREIRAS

CABOCLO XANGÔ PEDRA-BRANCA

CABOCLO XANGÔ 7 MONTANHAS

CABOCLO XANGÔ AGODÔ


YEMANJÁ 

CABOCLA YARA

CABOCLA ESTRELA DO MAR

CABOCLA DO MAR

CABOCLA INDAYÁ

CABOCLA INHASSÃ

CABOCLA NANA BURUCUM

CABOCLA OXUM


YORIMÁ

PAI GUINE

PAI CONGO D'ARUANDA

PAI ARRUDA

PAI TOME

PAI BENEDITO

PAI JOAQUIM

VOVÓ MARIA CONGA


Veja abaixo as 7 Linhas trabalhadas no Fé e Amor onde exerço a ostensividade da minha mediunidade:

1 - OXALÁ - Sincretismo Jesus Cristo - Imagem identificada de Jesus de braços abertos - linha religiosa mista -6 com predominância de Pretos Velhos e Pretas Velhas ( Agrega Santos Católicos, Oriente e Caboclos).

2 - OXÓSSI - Sincretismo com São Sebastião - Imagem identificada do Caboclo Arranca Toco - Linha dos Caboclos incluindo Irradiação em Xangô (Agrega Baianos e Boiadeiros).

3 - OXUM - Sincretismo Nossa Senhora Aparecida - Imagem identificada N.S. Aparecida - Linha do Povo das Águas incluindo irradiação de Iemanjá e Orixás femininos - (Agrega Caboclas e Marinheiros).

4 - OMOLU - Sincretismo com São Lázaro - Imagem identificada de São Lázaro - Linha das Almas - (Pretos Velhos de todas as nações).

5 - IBEJIS- Sincretismo com Cosme Damião e Doum - Imagem identificada de São Cosme, São Damião e Doum - Linha das crianças de todas a raças.

6 - OGUM - Sincretismo com São Jorge - Imagem identificada de São Jorge. Linha de Demandas ( Caboclos, Baianos, Boiadeiros e Exus e Pomba Giras de Lei).

7 - XANGÔ - Sincretismo São Gerônimo - Não há imagens identificadas - Linha do Oriente ou Cura (Xangô Caô - São João Batista, Ramayama do Hinduísmo, Mãe Celina 'Mensageira de Maria' e Pai André 'André Luiz de Chico Xavier' do espiritismo, vibrações em ciganos e médicos de todas as natureza e vibrações Oxalá e demais Orixás).


Um fato importante acontece, muitos dizem e trabalham cultuando Orixás com nomes como Yorimá, Iori e Orixalá, contudo, são terminologias da Umbanda Esotérica com aplicação na 'fonia' para vibrar na energia adequada quando se acrescentam algumas letras. WW. dá Matta e Silva é um dos precursores da Umbanda Esotérica, talvez o mais famoso que utilizava a terminologia Yorimá para linha das Almas, Iori pra linha dos Ibejis e Orixalá pra Oxalá. Encontramos ainda Orishás com 'sh' em substituição de Orixás com 'x' que substituiu ORISÁ em Yoruba.

Autor: Agostinho de Siqueira Neto 

Estudos Fé e Amor 

Atualização 17/10/2023

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